terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ensaio de um conto: parte 2

Passaram-se algumas aulas o Ântonio Marcos ainda tinha em mente a imagem do menino sorridente na soleira da porta. Ele tinha esperança que o tal garoto tornasse a aparecer, pois quem sabe assim poderia incentivá-lo à prática do judô. Dessa maneira tinha certeza que ajudaria mais uma criança, assim como várias outras daquela comunidade, as quais são seus alunos.
Os praticantes de Judô, são todos alunos da escola pública e moradores de uma comunidade economicamente carente.
Ãntonio Marcos pouco recebe por suas aulas extra classe, mas tem total consciência que ensinando Judô pode contribuir para a vida das crianças. Não que as aulas sejam em objetivos, muito diferentes das aulas de Educação Física, mas no Judô, o que foi ensinado na Educação Física pode ser reforçado e ainda, o que não foi possível ensinar na quadra, talvez seja possível no tatame.
Quanto aos alunos, alguns apresentam um certo potencial para o esporte, mas, uma grande quantidade deles, não tem a menor aptidão esportiva. No entanto, isso não faz diferença para o professor, pois seu maior objetivo é a educação, a contribuição do Judô para a vida dessas crianças.

Prof. MSc. Claudio Marcelo de Almeida

Nossa participação no JASC

Participamos no Jogos Abertos de acordo com as possibilidades de nossa equipe. Se em algumas categorias de peso tínhamos atletas muitos jovens, em outras tínhamos atletas que participaram com a boa intenção de contribuir com o grupo, os quais não treinam Judô tendo como objetivo maior a competição.
Ressalto que todos de acordo com suas possibilidades e condições, deram o máximo de si.
Pra mim, professor e técnico o que ficou disso tudo é, amizade, carinho, respeito e principalmente, uma bela aula de comprometimento. Pois pessoas que não tinham obrigação alguma em participar, deixaram suas famílias, seus trabalhos e lá estavam. São eles: Rogério Telles, Laercio Leite e Alexandro Schiftter
Os comprometidos eram; Andre Hohl, Rodrigo Pereira, Pietro Emanuel Marthendal, João Scarton Weber e Natany Pazzetto.
Nossa colocação final foi singela, mas significativa pela participação do grupo. 14 (décimo quarto) lugar.

Prof. Claudio Marcelo de Almeida

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O processo da competição

Durante algum tempo venho refletindo a respeito da competição, os prós e os contras. Na obra em que Maturana fala das emoções, também aborda o tema competição, o qual nega ser adequado no processo educativo. Em partes não comungo dessa ideia, só em partes.
Vejo que a competição pode ser sim produtiva no processo educacional, porém, o que pode torná-la negativa é a ideologia que à sustenta. Ou seja, o problema não é o produto, competição, mas sim, a maneira como ela é realizada.
Observo que a competição pode ensinar muitas coisas, entre elas, responsabilidade, compromisso, organização, superação, conhecimento dos próprios limites, respeito pelo outro, ...
Deve também ensinar ética, assumir os erros, reconhecer as fraquezas, entre outros. Em contra partida, pode ensinar a negar o próximo, ludibriar, vencer a qualquer custo, omitir a verdade, entre outros.

Dê sua opinião.

prof. Claudio Marcelo de Almeida

Entre a ração e a emoção

O biólogo chileno, Humberto Maturana em sua obra intitulada, Emoções e Linguagem na Educação e na Política, defende a teoria que toda ação racional é fundamentada em uma emoção. O que significa que as ações humanas por mais racionais que sejam, estão sempre fundamentadas no emocional.
Certamente perderíamos muito tempo discutindo a teoria do escritor chileno, o que não vem ao caso, mas, com base nela faremos algumas ponderações respeito da competição.
Todos sabem que a competição tem como objetivo a vitória em detrimento da derrota. É certo que os envolvidos em um processo competitivo almejam a vitória, pois não lembro ter ouvido alguém falar que compete ou competiu tendo como objetivo a derrota, que não tenha em momento algum pensado na possibilidade da vencer.
Tendo como objetivo a vitória é valido vencer a qualquer custo, mesmo sabendo que só foi possível por uma falha da arbitragem? Será que a vitória conquistada na falha do árbitro tem o mesmo valor que a conquistada através da competência do competidor? A emoção de vencer supera a ração da verdade?
Qual seria a repercussão caso o atleta ou técnico fosse capaz de admitir a própria derrota quando beneficiado pelo erro do árbitro?
As indagações propõem reflexão, porém, não há dúvidas que admitir a derrota quando beneficiado com uma falsa vitória, requer uma base educacional pautada na cooperação e não na competição.

Prof. Claudio Marcelo de Almeida

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Judô no JASC

A modalidade de Judô, do ponto de vista da organização da CCO, a qual é responsável pela estrutura física e atendimento as necessidades para o desenvolvimento da competição, terminou da forma que começou. Ficou devendo.
Chegamos ao ponto de ter a competição interrompida por falta da presença do médico e de materiais básicos para os primeiros socorros.
Como justificando a falha, a Fesporte comunicou que a culpa era da CCO, responsabilidade do município sede.
Será que a Fesporte não poderia designar com antecedência 1 ou 2 de seus tantos colaboradores, para fiscalizar e aconselhar o andamento dos trabalhos de responsabilidade da CCO?
Destaco que o trabalho da coordenação da modalidade, que era responsável pelo andamento da competição de Judô, ocorreu na mais perfeita ordem.

Prof. Claudio Marcelo de Almeida

Começou os Jogos Abertos

Escrevi esta matéria no Sábado a noite, porém só consegui publicá-la hoje, sendo assim, vai na íntegra.
Escrevo de Brusque, cidade sede da edição cinqüentenária dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Em 50 anos dava pra comissão central organizadora ter evoluído um pouco mais no quesito organização. É inadmissível chegar no ginásio apenas meia hora antes do horário marcado para o início da competição e ele está trancado, a competição ter que iniciar sem a presença de uma ambulância, sem ter a disposição materiais básicos de primeiros socorros e uma equipe médica qualificada para atender em eventos esportivos.

Prof. Claudio Marcelo de Almeida

O custo a pagar

Assistindo o globo esporte sexta feira 10/11 não tinha como deixar de observar a matéria que falava de um garoto de 14 anos de idade, o qual é descendente de uma família de nadadores, e, recentemente conquistou uma medalha de ouro nos jogos escolares na modalidade de natação. Sem dúvida, a conquista do menino deve ser respeitada e aplaudida por todos. No entanto, me chamou atenção, a maneira como esta medalha foi conquistada.
O repórter elucidou; “treinamentos 3 horas por dia, 6 dias por semana”. Destacou o garoto como “talento esportivo”.
A meu ver este menino seria sim um talento esportivo, caso tivesse obtido tal conquista treinando no máximo 90 minutos 2 vezes por semana.
Três horas, seis vezes por semana!! Considero isto assassinato da infância, quando não exploração do trabalho infantil.
Uma criança de 14 anos, trabalhar para contribuir com a renda da família, não pode, a lei não permite. Ser submetida a seções de treinamentos exaustivos, isto é permitido.
Pergunto: até as Olimpíadas de 2016 quantas infâncias serão achatadas, ceifadas das muitas crianças brasileiras? Será este o preço da glória olímpica?

Prof. Claudio Marcelo de Almeida.